Durante o recesso de fim de ano foi feita uma visita ao Arquivo Público Municipal de Rio de Contas, cidade histórica do sertão baiano, localizada na Chapada Diamantina.
O Arquivo de Rio de Contas possui documentos de 1720, mesma época em que a exploração do ouro começou na região, convertendo a cidade na segunda mais importante da Bahia.
O Arquivo, muito bem cuidado, possui um acervo em que podem ser encontrados documentos como matrículas de escravos, cartas de alforria, decretos do Império, inventários, testamentos, processos…
Um documento curioso é o de uma execução de sentença para o pagamento do divórcio perpétuo conseguido por dona Maria do Carmo de Oliveira. Ela conseguiu essa proeza em novembro de 1822, época em que nem se sonhava ser possível divorciar-se. O interessante é que o divórcio foi concedido não pelo fato de que o marido batia nela, mas porque ele obrigou-a a saltar uma imagem de Cristo, fato intolerável pela Igreja Católica.
Documento da execução de sentença para pagamento de divórcio perpétuo. Arquivo Municipal de Rio de Contas
O Arquivo de Rio de Contas não possui um site na internet, mas parte do seu acervo pode ser encontrado na página www.acervoriodecontas.ufba.br. Essa é uma iniciativa do Programa de Documentação Arquitetônica e de Sítios Históricos do Estado da Bahia, desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FA-UFBA), que desde 2004 vem realizando trabalhos na área de documentação do patrimônio arquitetônico do Estado.