O Brasil contemporâneo é constituído por um patrimônio natural e urbano de excepcional riqueza, fruto de suas dimensões continentais que conta com uma diversidade biológica própria em seis biomas distintos, além de três grandes ecossistemas marinhos. Ao todo, são mais de 116 mil espécies animais e mais de 46 mil espécies vegetais. O país é também o sexto mais populoso do mundo, com 212 milhões de habitantes em 77 regiões metropolitanas e mais de 5 mil cidades. Fruto da promessa de desenvolvimento e o desejo de emancipação cultural, particularmente ao longo da primeira metade do século 20, o país construiu uma série de infraestruturas de produção de energia, transporte, saneamento e habitação, com franca participação da arquitetura e do urbanismo, que juntas permitiram novos ciclos de ocupação desse imenso território. Complexa, mas desigual; útil, mas limitada; essa é a nossa infraestrutura herdada. Que lições, em termos de pertinência e significação, podemos extrair da relação entre esse patrimônio construído infraestrutural e o patrimônio natural?
Destacam-se três eixos expositivos. O primeiro é composto por ações projetuais inspiradas pelas ocupações informais nos morros e outras formas de apropriação social, partindo do entendimento da natureza e dos fenômenos sociais existentes. O segundo eixo trata das estratégias que configuram uma multiplicidade de espacialidades e arranjos programáticos a partir de uma estrutura aberta e de elementos mínimos. O terceiro, por fim, contempla as operações projetuais que evocam novas coexistências a partir de seus legados, desejados ou não, como formas de reciclagem. Ações projetuais inventivas que se apropriam do existente, mas também o tornam próprio, criam identidades e fazem do projeto uma oportunidade para se reinventar como realidade.
Veja as estratégias no site da Bienal ou na publicação digital.