O encontro foi aberto com uma ação poética, em que os participantes entravam no auditório de olhos fechados, guiados por um membro da equipe Bienal, ao som de uma das obras sonoras do Material Educativo da 30a Bienal. Após conversa sobre a experiência, foi a vez da equipe de Design explicar todos os desafios que envolvem o projeto do Material Educativo.

“Acho que nossa maior dificuldade é fazer algo que não tem antecedentes, referências. É juntar todo o pensamento Curatorial e do Educativo em caixas prontas para manusear. Fazemos muitos experimentos antes do material sair. Não que diminua tanto os riscos de sair algo errado, mas para termos mais clareza do projeto”, disse Felipe Kaizer, designer gráfico da Bienal.

Para Kaizer, quando o material sai da gráfica é que ganha vida. “É quando nosso trabalho acaba que o material começa”, completou Douglas Higa, também da equipe de Design.

Em seguida, foi a apresentação da equipe Editorial. “Tomamos conta da parte de texto, de revisão. Contratamos pessoas de fora da Bienal, inclusive, para dar as últimas revisões e pegar erros, pois como ficamos em contato direto com o material, é normal ficarmos com a leitura viciada”, destacaram Cristina Fino e Diana Dobranszky, ambas da equipe Editorial da Bienal.

“A explicação sobre o processo de criação aliado com outras equipes foi ponto vital, pois antes eu abria e fechava a caixa e não sabia da história dela. Sem dúvidas, ao descobrir como acontece todo processo, me sinto mais próxima da caixa e a valorizo ainda mais”, destacou Elizabeth del Rosário, que participou do Laboratório.

No encontro também foi mostrado o novo material referente à mostra 30 × bienal – Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição, que será lançado no início da exposição desse ano, em setembro. Foram apresentados não só o layout do novo material como também os cadernos e as perguntas disparadoras, que são peças chaves das caixas.
“Todo nosso trabalho é orientado por perguntas. Às vezes, elas não têm respostas ou têm muitas respostas. Convivemos com as perguntas do material educativo durante todo o ano. Elas orientam tanto a publicação, quanto as formações e trabalhos com educadores”, disse a coordenadora do Material Educativo Dani Gutfreund.

A segunda parte do Encontro foi destinada ao uso dos materiais educativos. Os participantes foram divididos em grupos e tiveram a oportunidade de manusear e conhecer os materiais da 29ª, Em Nome dos Artistas e 30ª, experimentando novas possibilidades.

“É diferente você ter o material e ver as diversas maneiras em que pode ser manuseado. Para mim, que dou uma aula que trata desse assunto, é sempre muito importante estar atualizada. Adoro a proposta do Material Educativo da Bienal, porque é aberta, lúdica, e possibilita muitas relações”, disse Mauren Teuber, que ministra uma aula sobre os diversos usos de materiais em salas de aula na Faculdade de Artes do Paraná e veio para São Paulo especialmente para esse encontro.

Com duração de seis horas, o Laboratório de Material Educativo reuniu muitos professores e educadores, e foi uma oportunidade de explorar as possibilidades de trabalho com o material educativo em sala de aula, bem como se aprofundar em questões da arte contemporânea e do ensino da arte.

“Achei maravilhoso, já participei de outros encontros e sempre são grandes descobertas, com muitos desdobramentos. O material da Bienal é o meu material de trabalho, às vezes uso apenas as perguntas, às vezes as imagens, ou tudo junto e misturado”, ressaltou a professora da rede estadual Marlene de Macedo.