
Começamos essa semana um projeto de digitalização de acervos em parceria com a Associação Amigos do Arquivo do Estado e Cinemateca Brasileira, com financiamento da Secretaria de Estado da Cultura. A iniciativa que tem como objetivo preservar os registros, salvaguardar os suportes e proporcionar o máximo acesso ao conteúdo das coleções a serem tratadas:
- Fundo Francisco Matarazzo Sobrinho – documentação e iconografia (cerca de 6.200 documentos);
- 147 fitas (Betacam) da 22ª Bienal produzidas por Andrea Tonacci;
- 12 filmes (16 e 35mm) de acervo da Bienal já depositados na Cinemateca Brasileira.
A parcela audiovisual será digitalizada por empresa especializada e receberá o acompanhamento e supervisão dos trabalhos técnicos pela Cinemateca. Como resultado, teremos arquivos digitais nos acervos das duas instituições, além da guarda do material na Cinemateca, em condições adequadas para a sua preservação.
Equipe do projeto no Arquivo, da esquerda para direita Marilia Freitas, Amanda Andrade, Eidy dos Santos e Rayane Silva
Aqui no Arquivo, foi montada uma ilha de digitalização para a reprodução do Fundo Francisco Matarazzo Sobrinho. Esse fundo foi inicialmente organizado em 1975 como o início das atividades do Centro de Documentação Francisco Matarazzo, no Palacete Balbina Martinez Matarazzo, na Rua General Jardim em São Paulo. A intenção foi de reunir toda a documentação existente em torno das realizações de Ciccillo Matarazzo nos campos da arte e da cultura e mesmo na administração pública.
Esse trabalho ficou sob responsabilidade de Manoel Esteves da Cunha Júnior, o Seu Neco, fiel secretário de Ciccillo até a sua morte em 1977, que convocou especialistas como a bibliotecária Maria Almeida Salles para as tarefas de organização do arquivo e o jornalista Fernando Azevedo de Almeida para a pesquisa. O trabalho do jornalista com todo esse material, além de entrevistas com Ciccillo, deu origem ao livro O Franciscano Ciccillo.
O Fundo Francisco Matarazzo Sobrinho (FFMS) integra hoje o acervo do Arquivo Histórico Wanda Svevo, o Arquivo Bienal. Em 2006-2007, foi tratado com recursos do Projeto de Conservação e Preservação do Arquivo, que compreendeu os trabalhos de diagnóstico, higienização, pequenos reparos, planificação e reacondicionamento dos documentos textuais, gráficos e iconográficos, além da catalogação de cada documento e a informatização de parte das informações coletadas.

Fundo Francisco Matarazzo Sobrinho: antes e depois do projeto de Conservação e Preservação (2006-2007). Arquivos e pastas originais onde estavam acondicionados os documentos e os amários depois do projeto, com as novas embalagens para os documentos que foram higienizados e estabilizados.
Nesse momento, com a digitalização dos documentos do Fundo, fecharemos um ciclo que possibilitará ampla difusão dessa parcela do acervo. De acordo com Seu Neco, no relatório de atividade de 1977 do Centro de Documentação Francisco Matarazzo Sobrinho:
“Poucos são os brasileiros que se tem preocupado em documentar para a posteridade a história de nossos pró-homens, do nosso povo e da nossa cultura. Somos ainda, infelizmente, um país sem ‘memória’, ou de fraquíssima vivência nesse importante setor de uma comunidade ou nação. O incentivo à criação de núcleos de informação especializados seria a melhor forma de se montar uma rede em âmbito nacional, que controlasse e assegurasse a preservação dos documentos que servem e servirão de subsídios para a reconstrução da história do país”.